Dilacerado

​Repetições. Meus erros, não aguento mais… Não entendo, não enxergo, minha visão está turva novamente. Não adianta, ficar brincando de casinha não vai ajudar, só me afunda. Que dor insuportável! Não podendo me movimentar de forma alguma, preso em mim mesmo! Sou insuportável para mim, quero devorar pessoas, não quero devorar. Não posso alimentar mais o monstro, que confusão! Não vejo saída, me sinto cercado por mil inimigos, me sinto cercado por mim mesmo, saia de perto de mim…

QUE ÓDIO, ÓDIO, ÓDIO E MAIS ÓDIO… 


Não adianta, estou acabado, não vejo saída… Me sinto perdido, a vida me dilacerou, me perdi de mim e já faz tempo isso. Esqueci quem sou, meus pedaços estão espalhados para todo lado, fui quebrado incontáveis vezes, feito um vaso qualquer numa casa velha. 

As ondas da vida me submergem em agonia, essas águas profundas me deixam cada vez mais longe de enxerga a luz, as profundezas das trevas adentram meu coração e me fazem desistir de tudo. O sentido já não existe, solidão das profundezas me assusta, talvez uma velha amiga.

Quem vai ouvir os lamentos das profundezas do oceano que é as dores da vida? Será que sucumbirei nessas águas ou conseguirei alcançar a superfície? Será que chegarei até a costa? Estou me afogando, dilacerado pelos tubarões.



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