Mais um Surto, Memórias são sua prisão.
Noite fria
Passos errantes
Corações quebrados
Mentes em colapso
Já não sei para onde vou
Na estrada da vida perdi todos eles
Os afetos se foram, os significados ficaram
Hannah olha para suas memórias, como um rolo de filme vai tudo voltando, é angustiante, depois de anos e várias marcas deixadas… Mais alguém importante se vai, até pode afirmar que está acostumada, que “tudo bem”, mas você sabe que dessa vez é diferente.
Sim, depois de tanto tempo vou ter que ressignificar tantas coisas, perderam o sentido, seria mais uma morte minha? Uma grande parte de minha vida foi tirada, estou deprimida, largada ao nada.
Eu não entendo, você prometeu, o ser humano é mesmo muito mentiroso. Não que eu seja o exemplo de pessoa, mas eu colocaria meu corpo no fogo por você… Mas você colocou ele numa cova fria e me deixou ver.
Estou tão deprimida que não consigo escrever de uma forma mais bonita, é só isso, tristeza! Não há nada de lindo na tristeza, é só mais dor e dor sem sentido. Vazio interminável, avassalador e intransponível. São surtos aleatórios, socos em objetos, momentos sem vontade de nada. A tristeza só é romantizada para que o escritor se sinta um pouco melhor, pois ela nada passa da incapacidade de ser quem você é, afinal quem você é está sendo questionado agora, está sendo mudado, você precisa preencher o vazio que ficou na sua vida agora.
O vazio, o significado dos filmes, dos jogos, das peças de PC, daquelas prints em Jogos, das músicas, das séries. O vazio de lembrar de alguém quando vê algo relacionado a ela, de não enviar mais os memes de gatinho. Do fato de você aprender a gostar de gatos por causa dessa pessoa, da sua fazenda no Stardew Valley em conjunto agora ser solo e você não saber se joga ainda. Ao menos os livros estão intactos.
Dos desabafos sobre seus pais, dos segredos e momentos. Das piadas internas, dos apelidos, dos carinhos. As memórias são sua prisão agora, grande parte sua ficou nelas agora, com o que vai preencher isso?
Então o ódio transbordou, em quem já não havia mais amor, joguei a raiva dessa enorme perda em mais alguém, mas não me senti melhor.
Agora estão todos acabados, todos mesmo. Nada mais importa, eu digo, mas estou me definhando nesse quarto.
As memórias se tornam uma prisão, a nostalgia é maldita como sempre, idealização de momentos que não são tão bons, o problema é quando eles até que eram. O medo de criar afetos tão fortes quanto, a vontade de sumir para sempre e viver isolado. Nada mais é como na infância, se bem que foi lá que você começou a perder e perder.
Enfim, mais um surto para a sua conta Hannah, mais um amargor para o seu coração já tão amargurado.
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